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2022 - NÃO ESQUEÇAMOS, É O BICENTENÁRIO DO BRASIL


“Ou ficar a Pátria livre / Ou morrer pelo Brasil. / Independência ou morte!” (Dom Pedro I).

Claro que esta primeira semana de 2022 está pendurada às pendengas e respostas devidas pelo sinistro biênio de 2020-2021. Uma questão prepondera e inquieta em especial, a vacinação de cerca de 20 milhões de crianças de 1 a 12 anos, autorizada, repito, Autorizada pela ANVISA há quase um mês. E amarrada aos pés do sempre lerdo Ministério de Queiroga, provocando, como seria mesmo de esperar, a fúria dos pais e mães desse segmento de brasileiros, nosso explícito futuro em menos de duas décadas. Mas o risco da não imunização torna-se mais grave e inconsistente quando o Ministério da Saúde insiste nos absurdos de duas ações, que vão na direção contrária à maioria dos estados, municípios e respectivas secretarias, além de todos os órgãos de saúde pública: as até hoje indecifráveis consultas populares e atestados médicos exigidos aos pais das crianças. Especialmente inexplicáveis. Sobretudo a última, porque atinge às famílias pobres, que mal sabem o que seria a trabalheira (ou tortura) de tirar um atestado de autorização médica.


Falei há poucas horas sobre isso com infectologistas amigos e ouvi as seguintes advertências: a primeira, se a dose inicial já tivesse sido liberada para esta semana inicial do ano, a segunda dose ainda sairia ao final de janeiro, o que propiciaria o óbvio: a tranquilidade da volta às aulas com toda segurança para o batalhão de 20 milhões do nosso futuro, de seus pais e de toda a sociedade como um todo. É de pasmar como o Ministério não testemunhou essa necessidade ao nosso Presidente, certamente inocente por desinformação tamanha.


Por certo que é um certo consolo sabermos todos que as escolas e os próprios pais levarão suas crianças à vacinação, caso já estivessem disponíveis, com ou sem autorização do Ministério da Saúde. Insisto em saudar o belo grito de sensatez do governador Claudio Castro, que afirmou alto e em bom som que levará seus filhos menores à imunização na primeiríssima oportunidade. Por outro lado, me apraz acrescentar aqui que minhas consultas constantes à imprensa internacional vêm sendo muito animadoras em relação aos resultados obtidos pela imunização de quase 70% de nossa população de gigantescos duzentos milhões de almas. Acode-me até citar a alemã Der Spiegel e o americano Washington Post fazendo paralelos entre a tímida vacinação germânica e a nossa, tanto quanto cobrindo São Paulo de elogios por ter vacinado 100% da população adulta. Alemães e norte-americanos conferem generosos elogios à estrutura do SUS e da disposição do brasileiro em estender o braço à picada da agulha. Claro que me orgulho e estufo o peito ao ler tais afagos, até porque nunca se duvidou do Brasil neste setor. Criado nos anos 70, o PNI / Programa Nacional de Imunizações, virou uma referência mundial.


Isso, esclareça-se logo, não significa que a pandemia dupla (Covid 19 mais Influenza) esteja controlada. Até porque acabamos de testemunhar cenários positivos anteriores como os da Europa ou dos Estados Unidos caírem por terra. Não nos esqueçamos nunca que os casos da cepa Ômicron sobem a cada dia. E nos intimida. O problema tem solução imediata: vacinar, vacinar e vacinar.


Perdoem-me os leitores, a intenção deste texto inaugural de 2022 era clamar ao país pela adesão à sua data magna de 2022, o Bicentenário da Independência. Que continua de pé. Só que semana que vem. Mas o espaço acabou por ser preenchido pelo ainda mais importante, a vida do cidadão brasileiro. Continuo a repetir a máxima cristã, nada é mais importante que uma vida.


Pela vida, e com a vida, desejo-lhes um proveitoso e sem pandemia Bicentenário do nosso amado país.

Ricardo Cravo Albin


P.S: Uma prece piedosa pela rápida recuperação de Bolsonaro, que por certo aflige a todos. Mas que poderia, da serenidade de seu leito em São Paulo, determinar ao Ministério da Saúde a vacinação imediata de nossas crianças.