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A Bienal da juventude


Para quem milita na área, por amor ou dever profissional, a Bienal é um pesadelo, embora tenha lá seus encantos.  Não em forma de descontos – esses são poucos e nem competem com as ofertas da Internet. Mas no encontro que proporciona com muitos escritores, boa parte deles dedicados à literatura de entretenimento.

Como o evento é da indústria e não da arte, privilegiam-se os melhores compradores de livros. Na última Bienal, 44% dos visitantes eram jovens de 14 a 24 anos. Em 2014, o mercado brasileiro destinou 57,3 milhões de livros a esse segmento de leitores, contra 48,4 milhões de volumes para adultos. Por mais que a crítica torça o nariz para boa parte dessa produção, é ela que sustenta o mercado. Nada mais justo, então, que a
festa seja para seu público.

Entre os estrangeiros que participam da feira estão o britânico David Nicholls, consagrado pelo romântico Um Dia (Intrínseca, R$ 39,90), faz encontro com leitores no sábado, 5 de setembro.  No domingo, 6 de setembro, Colleen Hoover, criadora das séries Slammed e Hopeless, lançadas no Brasil pela Galera, conversa com leitores sobre o lançamento de O lado feio do amor, (Galera, R$ 35), cuja adaptação cinematográfica deve chegar às telas em 2016. Na segunda-feira, 7 de setembro, Joseph Delaney, autor da série Aventuras do caça-feitiço(Bertrand Brasil), ocupa o mesmo espaço. 

Entre os brasileiros, Thalita Rebouças, que já vendeu mais de 1,5 milhão de exemplares de seus livros, entre eles Fala Sério, Mãe e Tudo por um popstar, conversa com leitores no Conexão Jovem, no sábado, 5 de setembro, e faz sessão de autógrafos no estande da editora Rocco, que mais cedo recebe Luiza Trigo, autora de Na porta ao lado. À noite, no Auditório Madureira, um evento reúne Sofia Soter, Clara Browne e
Lorena Piñeiro, que lançam Capitolina: O poder das garotas (Seguinte, R$  39,90) – a primeira edição impressa da revista eletrônica Capitolina. No mesmo evento estarão Raphael Montes, autor do suspense gótico O Vilarejo (Suma das Letras, R$ 29,90), Juliana Parrine, fenômeno da internet com 7 milhões de visualizações de Depois do que aconteceu (Suma das Letras, R$ 29,90) e Camila Moreira, também oriunda do meio digital, que lança 8 segundos (Suma das Letras, R$ 29,90), um romance entre um veterinário de rodeios e a filha de um fazendeiro.

Apesar do domínio absoluto dos temas juvenis, não faltarão debates e encontros para leitores mais crescidinhos. O economista Gustavo Franco, o jornalista Pedro Bial e o advogado José Roberto de Castro Neves fazem mesa redonda, no Café Literário, às 13h30,  com mediação de Rodrigo Lacerda. O tema é “Por que Shakespeare no Brasil de Hoje?”. Franco é autor de Shakespeare e a Economia (Zahar, R$ 9,90), um estudo
interessantíssimo sobre o panorama literário da Inglaterra elizabetana e a vida de Shakespeare, que, ao contrário do que diz a lenda, não morreu na penúria. Ao longo da semana, o estande da Argentina, país homenageado, terá uma série de atividades envolvendo os escritores convidados. Meus favoritos Eduardo Sacheri (O segredo de seus olhos, Objetiva, R$ 31,90) e Claudia Piñeiro (Betibu, Verus, R$ 42) participam de um debate sobre cinema na quarta-feira, 9 de setembro, e de outro sobre futebol, na sexta, 11 de setembro.

Para saber mais sobre a Bienal e toda a programação da semana, vale a pena entrar em http://www.bienaldolivro.com.br/programacao-expositor.