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Mais Bienal do Livro


“O que acontece hoje na indústria do livro, no Brasil, já estava consolidado em outros setores, como a música e cinema, ora. Acontece em qualquer lugar do mundo. Autores como Paula Pimenta, Thalita Rebouças e Bruna Vieira ocuparam um espaço antes reservado aos autores de infanto-juvenil estrangeiros. Essa geração quer histórias contadas na linguagem deles mesmos, não o formalismo dos clássicos que a escola os obriga a ler. Agora, não dá pra prever se eles serão leitores de Ferreira Gullar, daqui a pouco”, diz Maria Amélia, que não está ligada diretamente ao selo Gutenberg, dedicado a best sellers, no qual a campeã de vendas é Paula Pimenta, uma das mais bem-sucedidas escritoras para adolescentes no País, com quase um milhão de cópias  com 15 títulos diferentes nos últimos 14 anos.  

A criação de selos para os chamados jovens adultos pelas editoras brasileiras tem mais de uma década e se deve, essencialmente, ao boom dos livros destinados a adolescentes, desde o lançamento da saga de Harry Potter, nos anos 1990. Se antes, a divisão era basicamente de literatura infanto-juvenil, muito mais ligada ao universo da criança, e a de livros para adultos, naquele momento se consagrava a tendência que já imperava em outros campos do consumo: o produto para adolescentes. E enquanto o segmento “teen” cresce, ele também alcança um público de adultos que cultua os gostos de sua própria adolescência.  Para esses leitores, a Record, o maior grupo editorial do País, criou o selo Galera e, mais tarde, o Galera Júnior, para pré-adolescentes, além do Galerinha – restrito a livros infantis.  A editora diz que 140 mil pessoas passaram pelo estande da Record, que teve um aumento de 15% no faturamento e de 10% no número de exemplares vendidos, em comparação à Bienal de 2013. Os campeões de vendas foram Invasão do mundo da superfície – Uma aventura não-oficial de Minecraft e Batalha pelo Nether – Uma aventura não-oficial de Minecraft – volume 2, ambos de Mark Cheverton pela Galera Júnior.

Ana Lima, editora executiva da Galera Record, comemorou o sucesso de vendas dos livros inspirados no jogo Minecraft. “Contrariando a teoria que meninas leem mais que meninos, dois livros para meninos de até doze anos são os campeões de venda do nosso estande. Meninos e meninas leem. Todo mundo pode ler. Basta o livro despertar o prazer da leitura – mães chegaram ao estande com os filhos, procurando pelo volume 2 da série, porque o 1 já havia sido lido, duas, três vezes, e aquele era o primeiro livro que tinham conseguido terminar. Fico feliz por ter certeza que estes são os primeiros de muitos livros que essas crianças vão ler. Assim formamos leitores, provando que ler é legal.”

Pela primeira vez com um estante próprio na Bienal do Livro, a Zahar teve um aumento de 35% comparando com a edição de 2013. Entre os mais vendidos estão os títulos da coleção Clássicos Zahar, como O pequeno príncipe e Rei Arthur (edição bolso de luxo), além de Alice: edição comemorativa 150 anos. e o lançamento De primatas a astronautas, o mais recente sucesso de Leonard Mlodinow, autor dos best-sellers O andar do bêbado e Subliminar. A editora também ganhou o Prêmio Alfredo Machado de melhor estande da feira, de acordo com votação de um júri formado por arquitetos e designers, o que permite que a editora tenha prioridade na escolha do espaço para a edição de 2017.

 E a intrínseca.