Loading...

As primeiras páginas do ano


A amiga genial (Biblioteca Azul, R$ 44,90), de Elena Ferrante, é o primeiro dos quatro volumes da série Napolitana, que aborda a convivência de duas amigas, que crescem nos subúrbios de Nápoles, em 1950. Avisada pelo filho de Lila que a amiga, aos 66 anos, desapareceu de casa, levando roupas e destruindo sua imagem de fotografias, Elena Greco decide escrever a história da amizade, que envolve afeto e disputas constantes. Como pano de fundo, a cidade onde a Máfia é uma das propagadoras da violência, que se estende às relações pessoais.  Uma  narrativa densa e cortante, criada pela escritora que há mais de vinte anos é sucesso na Itália sem jamais mostrar seu rosto ou revelar sua própria identidade, concedendo entrevistas apenas por e-mail. Há suspeitas de que o romance seja autobiográfico.


A noite do meu bem (Companhia das Letras, R$ 59,90), de Ruy Castro, é uma alentada reconstituição sobre a cena cultural e social carioca nas décadas de 1940 a 1960, quando as boates eram pontos de encontro e descoberta da MPB, em particular o samba-canção. Não falta glamour nas recordações sobre os frequentadores da vida noturna de então, embalados por cantoras como Eliseth Cardoso, Nora Ney, Maysa, Dolores Duran, Angela Maria e Marlene, entre tantas outras. Além de música, há diversas histórias sobre compositores, jornalistas e outras figuras que marcaram a época, entre eles Herivelton Martins, Fernando Lobo, Dorival Caymmi, Jacinto de Thormes, Stanislaw Pnte Preta, Ibrahim Sued e Dalva de Oloveira.

 

Aliança do Crime (Intrínseca, R$ 39,90), dos jornalistas Dick Lehr e Gerald O’Neill foi a base para o filme estrelado por Johnny Depp no papel de James “Whitey” Bulger, mafioso de Boston, que figurava na lista de mais procurados do FBI atrás apenas de Osama Bin Laden. Irmão de um senador, Bulger era informante de um agente do FBI, e sob sua proteção, colaborou para desmantelar a máfia local, dominada por italianos, passando a comandar o tráfico de drogas na cidade. O livro partiu da cobertura dos dois jornalistas sobre o caso e ganhou o Edgar – a mais importante premiação literária do gênero policial/suspense/mistério -  –  na categoria de “história de crime real”.

 Pra janeiro, tá bom, né?

Depois do Carnaval, a coluna volta de férias. Até lá, direto pra rede!