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Diversão ao alcance das mãos e dos olhos


Dos distantes anos 1970 pra cá a indústria de autoajuda cresceu, lançando todo o tipo de obra. Agora, chega às livrarias uma peça inteligente do gênero: Vire a página  - Livro de atividades para esquecer o seu ex (Verus, R$ 25), da espanhola Rebecca Beltrán, com ilustrações de Adria Fruitós. Tenho certeza que muito do que os médicos americanos propunham para exorcizar o amor perdido foi muito bem incorporado por Rebecca, quatro décadas mais tarde. Ao lado de malvadezas concretas (armazenar os pertences do ex numa caixa de papelão guardada embaixo de uma pia com vazamento), há testes de (in)compatibilidade, informações divertidas sobre os tipos de ex, além de citações de mulheres notáveis, como Virgínia Woolf, Dorothy Parker, Gloria Steinem e Alice Munro, entre outras.

Geralmente, os livros de atividades me intimidam. Não tenho coragem de atender a qualquer indicação que envolvem amassar, rasgar e escrever com caneta. Um desafio proposto pela designer de guerrilha Keri Smith, em Termine este livro (Intrínseca, R$    34,90), que pede ao leitor para observar situações, pessoas, as próprias mãos e descrever sensações, sentimentos, enquanto monta uma trama de espionagem. Um delicioso exercício de imaginação, que também pode ajudar no autoconhecimento de quem aceita entrar na brincadeira. 

Se os livros de atividades podem servir para o deleite de adultos e adolescentes, Titia Terrível (Intrínseca, R$ 34,90), de David Walliams, é literatura infantil, sim, mas agrada aos mais grandinhos. Walliams já tinha uma bem-sucedida carreira de ator e roteirista quando começou a escrever para crianças. Nos últimos três anos recebeu o National Book Award de melhor livro infantil – Titia Terrível conquistou o prêmio em 2014.  Mais uma vez, ele contrapõe um vilão apavorante a uma criança, que vai enfrentá-lo com astúcia, apoiada por insólitos aliados. Stella Saxby, de 12 anos, herda uma mansão, mas sua tia Alberta quer a herança da menina, que só conta com a ajuda de um fantasma. 

Outra leitura que ultrapassa barreiras etárias é O Signo dos Quatro (Zahar, R$ 26,90), que ganhou edição de bolso com 22 ilustrações da época do lançamento, em 1890. Sir Arthur Conan Doyle concebeu esta aventura de Sherlock Holmes e Watson para publicação em fascículos por um jornal americano. O que não falta, então, é suspense num enredo com descrições de roteiro de filme de ação  da atualidade, incluindo caçadas e uma perseguição de barcos pelo Rio Tâmisa.