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Ecos da folia: o carnaval do xixi


Como faço todos os anos, tentei acompanhar alguns blocos (adoro eles, no período em que fiz crônicas semanais no jornal O DIA criei o troféu “Pimentão de Lata”, para premiar os destaques de cada ano) e bater pernas por aí, encontrando amigos e relembrando marchinhas. O Estandarte de Papelão deste ano, destaque negativo, a meu ver ficou para a perseguição neurótica ao xixi, desencadeada pelos fiscais (!) da ordem, que não podiam ver um homem coçar a braguilha ou uma mulher ameaçar ficar de cócoras e já chegavam junto. É claro que, a exemplo de muitos que aqui passam o carnaval, não quero desfilar em mar de urina. Mas não aceito o discurso demagógico de que “era só usar o banheiro químico”. Não tinha banheiro químico para todos, disto sou testemunha. Na apresentação do Rancho Flor do Sereno, em Copacabana – a mais bela tradução do “foi num carnaval que passou” – eles sequer deram as caras.Homens tinham que se espremerem no “fraldão” bunda-de-fora (de resultados duvidosos, pois a bacia é mínima, logo, logo enche e começa a transbordar nos pés do usuário e, consequentemente, na rua) e mulheres se humilhavam diante de seguranças dos restaurantes da orla, implorando por uma mijadinha. Quero o melhor para o Rio e para o nosso carnaval, sempre. Com ordem e civilidade. Mas não aceito moralismos de ocasião, pois neste balneário não é assim que a banda toca.