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Egberto Gismonti é Carioca da Gema


Não parece, mas o cabeludo vem de longe. Há quatro décadas ele já encantava o público em festival de música na TV – modismo nos anos 1960 –, com uma canção que revelava o instrumentista fantástico que se tornaria e exibia a faceta inesperada de bom letrista, chamada O sonho (“Sinto que hora salto / Meu foguete some / Queimando espaço”). Não era para menos, pois o jovem, que é neto e sobrinho de músicos, começara a estudar piano aos 6 anos, e logo depois estava no Conservatório de Música de Nova Friburgo, pilotando também a flauta, o clarinete e o violão. Músico pronto e definido, Egberto partiu logo depois do festival para a França, onde estudou com sumidades internacionais como Jean Barraqué e Nadia Boulanger. Um dos mais importantes nomes da música instrumental brasileira, aqui e lá fora, ele pertence àquele grupo de artistas que trafega entre a criação e a pesquisa, a firmeza melódica e a experimentação, sempre com inspiração fora do comum e invejável talento. Gravou perto de duas dezenas de discos, entre LPs e CDs, e compôs pouco mas caprichosamente, sozinho ou com seus parceiros. Um músico de nome célebre; um dos grandes nomes de nossa música.