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Falando de música: Choro


Como gênero musical, só tomou forma na primeira década do século 20. Mas sua história começa em meados do século 19, época em que as danças de salão passaram a ser importadas da Europa, e precisava-se do imprescindível fundo musical. O estimado chorinho pode ser considerado, hoje, o primeiro ritmo de música urbana tipicamente brasileiro.
     
Choro não vem de chororô...

O nome Choro, acreditam alguns pesquisadores, vem do caráter plangente e choroso da música que esses pequenos conjuntos faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões girava em torno de um trio formado por flauta (instrumento que fazia os solos) e o violão (que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo).  Completa o trio de instrumentos o cavaquinho (responsável pelo acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações).
Você sabia que os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de "baixaria"!

Pau de ébano e cordas de aço

A música que fornecia o ganha-pão dos chorões também era conhecida, nos primórdios, como pau-e-corda – simplesmente porque as flautas usadas naquele tempo eram feitas de ébano, aquela madeira escura, pesada e muito resistente, e funcionava nos grupos musicais ou regionais fazendo contraponto com os instrumentos de corda, como o violão e o cavaquinho.

O choro foi o recurso que o músico popular utilizou para tocar, do seu jeito, a música importada, que era consumida, a partir da metade século 19 (o folk, a polca, a valsa, etc), nos salões e bailes da alta sociedade nas principais capitais do país.

Nomes importantes para o choro:

Jacob do Bandolim
Altamiro Carrilho
Dino Sete Cordas
Cézar Faria
Henrique Cazes
Waldir Azevedo
Maurício Carrilho
Adelmide Fonseca

Pixinguinha, o santo-orixá

Assim como Noel Rosa é o grande nome do samba, Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana) é o grande nome do choro. Sua importância para que este gênero musical encontrasse sua forma definitiva e se firmasse no mundo inteiro como genuinamente brasileiro é tão grande, mas tão grande, que na data do seu nascimento comemora-se, também, o Dia Nacional do Choro.

A influência de Pixinguinha para os músicos brasileiros é enorme, desde o longínquo ano de 1919, lá no comecinho do século passado, quando o genial músico e maestro formou o conjunto Oito Batutas, reunindo bambas dos instrumentos como João Pernambuco e Donga.

Sabem o que quer dizer “batuta”?

É aquele bastão fininho que os maestros usam para reger a orquestra; mas também quer dizer sujeito bamba, bacana, safo, malandro...

Do livro As muitas notas da música brasileira – nossas canções e o jeito brasileiro de ser, de Luís Pimentel. Editora Moderna, 2015;