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Foi Deus...


Foi Deus que estimulou Thiago Marques Luiz, diretor geral e roteirista do show gravado no Teatro FECAP – SP.

Foi Deus que sugeriu ao cenógrafo (Paulo Neto) o belo cenário, cujos galhos secos remetem à obra de Frans Krajcberg, e indicou ao técnico (Rafael Valim) a boa gravação de vozes e instrumentos e a correta mixagem (Dino Marioni).

Foi Deus que inspirou os arranjos, a direção musical e os violões, guitarra e bandolim de Dino Marioni; assim como foi Ele que guiou os acordes de Emiliano Castro em seu violão e os dedos de Alex Vianna no piano.

Foi Deus que aguçou a sensibilidade de Toquinho, Zeca Baleiro e Fagner, permitindo a eles uma maravilhosa participação no DVD de Amelinha, cujo repertório é coisa supimpa.

Foi Deus que fez o passado e o presente, permitindo-nos ouvir “Galos, Noites e Quintais” (Belchior), a vida passando em verso e prosa.

Foi Deus que fez o ar, criando o vento “Terral” (Ednardo).

Foi Deus que fez o desejo, induzindo o homem a soluçar: “Ai Quem me Dera” (Vinícius de Moraes).

Foi Deus que fez o corpo e ensinou-o a dançar: “Valsinha” (Chico Buarque e Vinícius de Moraes).

Foi Deus que fez a natureza, traduzindo-a em “Água e Luz” (Tavito e Ricardo Magno).

Foi Deus que fez o sorriso, irmão gêmeo da “Felicidade” (Marcelo Jeneci e Chico César).

Foi Deus que fez as rotas de fuga, tudo sob medida para nos informar e orientar nas dores da alma: “Quando Fugias de Mim” (Alceu Valença e Emannoel Cavalcanti).

Foi Deus que fez as paisagens e nos mostrou, dentre tantas maravilhas, a “Ponta do Seixas” (Cátia de França).

Foi Deus que fez a poesia e ensinou como juntar a fêmea ao gênero masculino de dança: “Frevo Mulher” (Zé Ramalho).

Foi Deus que fez a voz para valorizar “O Silêncio” (Zeca Baleiro).

Foi Deus que fez a saudade para chorar a “Asa Partida” (Fagner e Abel Silva).

Foi Deus que fez o amor para valorizar a “Mulher Nova, Bonita e Carinhosa” (Zé Ramalho e Otacílio de Souza).

Foi Deus que fez as asas, para com elas percorrer uma “Légua Tirana” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira).

Foi Deus que fez os pecadores e, para redimi-los, ensinou-lhes a “Ave Maria” (Vicente Paiva e Jayme Redondo).

Foi Deus que fez a dúvida existir para que os homens dissessem: “Depende” (Fagner e Abel Silva).

Foi Deus que fez os olhos para que, com eles, admirássemos uma “Flor da Paisagem” (Robertinho do Recife e Fausto Nilo).

Foi Deus, milagroso, que permitiu ao poeta confirmar: “Foi Deus Que Fez Você” (Luiz Ramalho).

Foi Deus que conduziu Amelinha pelos palcos da vida, fazendo com que ela brilhasse, cantando bonito, com charme e leveza. Quem, se não Ele, para juntar tantas belezas em apenas um disquinho ao qual chamamos DVD, do qual soa a música que, sem dúvida alguma, foi Deus que fez para dar de presente para apenas alguns poucos eleitos, como Amelinha?

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4