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Lista de Natal 3 – Que a Força esteja conosco!


Sucesso na TV a cabo, A Rainha do Tráfico (Record, R$ 59) baseia-se no eletrizante thriller de Arturo Pérez-Reverte – um jornalista que resolveu se dedicar ao folhetim moderno, com excelentes resultados. A mexicana Teresa Mendonza foge para a Espanha ameaçada pelo chefão do cartel de drogas que assassinou seu marido. Na Europa, ela se destaca entre os traficantes locais, dominando a distribuição de cocaína e outros produtos nas regiões turísticas mediterrâneas. O ritmo do texto é acelerado como um episódio de série de televisão.


Suspense e ação não faltam também à última aventura protagonizada pela dupla mais conhecida da literatura policial. Lançado como folhetim em 1915, O Vale do Medo (Zahar, R$ 29,90), leva Sherlock Holmes e Watson a pesquisarem as atividades de um grupo que aterrorizava mineiros na Pensilvânia, nos Estados Unidos, em 1880, para investigarem um assassinato em Sussex, interior da Inglaterra. Sombrio e denso, um dos mais estruturados romances de Arthur Conan Doyle, traz uma história dentro de outra. O volume, de bolso, tem ilustrações da época.


No mundo real, os bicheiros cariocas usavam o samba para iniciar a “lavagem” do dinheiro obtido em apostas ilegais, algo que gangsters ficcionais, como Michael Corleone, faziam em O poderoso chefão (Record, R$ 59), de Mario Puzo.

O domínio dos bicheiros se alicerçava no delicado e pouco conhecido apoio que obtinham dos governantes, nos anos 1970/80, como contam os jornalistas Aloy Jupiara e Chico Otávio em Os porões da contravenção – Jogo do bicho e ditadura militar: a história da aliança que profissionalizou o crime organizado (Record, R$ 49). Da “fezinha” nas esquinas às máquinas de caça-níqueis, o relato objetivo mostra a trajetória dos chefões cariocas Castor de Andrade, Anísio Abrahão e Capitão Guimarães, entre outros, numa época em que o tráfico de drogas se consolidava como um poder paralelo ao do Estado.


E como a época é de pensar em paz e harmonia, por mais que se reclame do bombardeio midiático, o filme do Natal é O despertar da Força, sétimo capítulo da saga Guerra nas Estrelas, iniciada nos anos 1970 por George Lucas. Junto com os filmes vieram produtos diversos, como bonequinhos, camisetas e... livros. Além dos que discutem a série e dos que dão continuidade a diversas aventuras novas dos personagens há os que tratam de aspectos da produção ou a biografia de George Lucas como Skywalking – A vida e a obra do criador de Star Wars (Generale, R$ 49,90), assinada pelo cineasta, jornalista, escritor e professor de cinema Dale M. Pollock, um dos poucos repórteres que acompanhou as filmagens de O retorno do Jedi. O livro se baseia em mais de 60 horas de entrevistas com Lucas e é utilizado em cursos de cinema.
Apesar do preço salgado, S. (Intrínseca, R$ 99), de Doug Dorst e J.J. Abrahams (sim, o diretor de O despertar da Força) vale o investimento. Embalado numa caixa preta e selada, o romance é sobre um livro repleto de anotações em suas margens, encontrado por Jennifer numa biblioteca. A jovem responde a alguns dos comentários e devolve o livro às estantes, iniciando assim uma correspondência com Eric, o autor das observações. Quatro diferentes narrativas se desdobram daí, nem sempre em ordem cronológica.  Uma leitura instigante para curiosos de qualquer idade.


Um bom Natal e que a Força esteja com todos nós!!!