Loading...

O amigo chamou para cantar...


Dividido em três blocos, o roteiro criado por Gudin e Fernando Faro tem músicas conhecidas e duas inéditas. No primeiro, EG tem ao lado a atual formação do seu grupo. Além de cantar algumas de suas músicas, ele cede vez para solos vocais dos intérpretes que lá estão. O belo e inédito choro “Elegância Antiga” (Eduardo Gudin) coube a Karina Ninni – com direito a primoroso duo com o sax de Teco Cardoso. Afinada e delicadamente, Ilana Volcov canta “Lenda” (Arrigo Barnabé, Eduardo Gudin, Roberto Riberti e Hermelino Nader), choro-canção de melodia difícil de ser cantada, dados os seus intrincados intervalos.Após solar no violão “Deixa” (Baden Powell), Gudin chama ao palco a segunda formação do seu grupo. Tem início o segundo bloco: como no anterior, parte do repertório fica ora com ele, ora com os cantores, ora com as cantoras. E Maria Martha dá um show cantando o belíssimo samba “Mente” (Gudin e Paulo Vanzolini) – sua voz grave causa arrepios emocionados.Edson Montenegro, cantando “Quem Chega Atrasado” (EG), que modula no final para Gudin atacar de “Maior É Deus” (dele e de Paulo César Pinheiro), é a senha para o inicio do terceiro bloco: após uma introdução de violão e flauta, Renato Braz comprova ser um dos nossos grandes cantores – comovente é a sua interpretação para “Luzes da Mesma Luz” (Gudin e Sérgio Natureza).  Depois de cantar “Mordaça” (dele e de PC Pinheiro) e “Verde” (dele e de Costa Neto), para finalizar, Gudin vai de “Velho Ateu” (dele com Roberto Riberti). Com todos no palco, a alegria contagia.Os instrumentistas param de tocar. O público aplaude de pé. De improviso (assim me pareceu), a trupe fica no palco, marcando o ritmo na palma da mão e cantando sem microfones, já desligados... Demonstração de amor ao ofício que tão bem exercem, avivando a amizade musical que fala por eles. E deleita quem lhes assiste.Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4