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O grande Heitor dos Prazeres


Nasceu em uma família pobre, que morava na Praça Onze. Seu pai, Eduardo Alexandre dos Prazeres, era marceneiro e clarinetista da banda da Guarda Nacional. Na infância foi engraxate, ajudante de marceneiro e lustrador de móveis.Heitor, que morreu em 1966 (no dia 4 de outubro), nos anos 1920 já era conhecido e respeitado no meio como Mano Heitor do Estácio, fazendo sambas, organizando blocos e fundando escolas de samba com Ismael Silva, Alcebíades Barcelos (Bide), João da Gente, Mané Bambambam e mestre Marçal. É dessa época o surgimento de agremiações como as escolas Deixa falar, De mim ninguém se lembra, Vizinha faladeira, Prazer da moreninha e Sai como pode.  Começa nesse momento a carreira de compositor, que rendeu sambas como Deixaste meu lar, Deixe a malandragem se és capaz (que deu início a uma famosa polêmica musical com Sinhô, a primeira na MPB, antes, portanto, do bate-boca cantante entre Noel Rosa e Wilson Batista), Olha ele, Mulher de malandro, Canção do jornaleiro e, entre outros, o popularíssimo Pierrô apaixonado, cuja história do nascimento e da parceria com Noel Rosa tem um detalhe curioso:Heitor fizera o samba inteiro e mostrara para Noel Rosa. O poeta da Vila achou que estava tudo certo, menos uma estrofe que considerou muito “para baixo”, motivada, seguramente, pelo estado de depressão em que ele vivia por ter perdido a mulher por aqueles dias: “Depois de tanta desgraça/Ele pegou na taça/E começou a rir”. Noel reescreveu assim: “Levando este grande chute/Foi tomar vermute/Com amendoim”.  Ninguém pode negar: ficou bem melhor.