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Paulo Monarco e Dandara, juntos


"Ame" (PM e Kleuber Garcêz): suas vozes nasceram para estar juntas. Monarco saltando uma oitava acima, Dandara cantando numa região propícia à sua extensão vocal. Violão sem trastejar, límpido, sons percussivos. A poesia escorre pelas fímbrias do desconhecido.

"Pra Acordar" (PM e Suely Mesquita): com efeitos, as cordas do violão de aço acompanham os que, para se fazerem conhecidos, têm de andar sobre um cabo de aço – o palco dos equilibristas. O bordão ressoa, vêm cânones e uníssonos. O efeito retorna; a cantoria torna inevitável o fim da canção.

"Uni Duni Tê" (PM e Marcelo Segreto): pop é a voz que se junta a outra e diz o que o poeta sonha, o que o apaixonado derrama em pranto.

"Toca Aí" (Tulio Borges): a mulher (Dandara), com voz delicada, se junta ao homem (Monarco), para saborear o amor. Juntos.

"Tem Dó" (PM e Zeca Baleiro): A mulher e o homem oram aos deuses. A voz do homem se amalgama à da mulher e à de outro homem, Zeca Baleiro. Juntos.

 "Venha" (PM e Celso Viáfora): só a voz do homem e seu violão falam pelo poeta, e o revelam em carne, osso e palavras.

"Contenteza" (PM e Alisson Menezes): a mulher inicia o canto. O homem iguala sua voz à dela. O violão acompanha. A contenteza se espalha pelos cantos. Juntas, as vozes saltitam, como saltitam as crianças em sua doce contenteza.

"Lá do Outro Lado" (PM e Sandro Dornelles): do violão vêm efeitos do aço das cordas. Juntos, a mulher e o homem dão suas vozes ao sabor do eco. O violão abandona o sintetizador e retoca a dádiva sonora com que abençoa os cantadores.

"Escuta" (PM e Tulio Borges): ei, estão me ouvindo?, dizem o homem, a mulher e a gaita tocada por outro homem, Tó Brandileoni. Versos safadinhos falam da pegada erótica de dois seres apaixonados.

Celso Viáfora compôs "Dois Tempos de um Lugar". O violão de náilon trisca as cordas, enquanto o homem canta as dúvidas do poeta, que são suas também: "Mas o que é o amor se não for o irracional levado ao fim do fim?" E chega a voz da mulher, convincente na afinação e na emoção.

"Trovoa" (Mauricio Pereira): o homem (Paulo Monarco) recita os primeiros versos. A mulher (Dandara), dialoga com ele. As cordas de náilon solam a melodia. Juntos, vão num rap que torna o disco ainda mais atual. Juntas, as vozes abrem em duo. E as palavras pedem passagem para, enfim, valerem mais do que mil imagens.

"Madrigal" (PM, Dandara e Bruno Batista): cantam e, ao fundo, as cordas do violão se retesam. Juntos chegam ao final de sua obra aberta. Obra que os põe na vanguarda da música brasileira de qualidade.

 
Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4

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