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PECADOS E VIRTUDES


“Alguns elevam-se pelo pecado, outros caem pela virtude”. (William Shakespeare).

O Brasil reconhece a Campanha da Fraternidade como um dos símbolos da tolerância, da comiseração e da boa-fé. De elevação, enfim. A Campanha ocorre a cada ano para grupos cristãos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa. A deste ano, que acaba de ser lançada pela CNBB (Confederação dos Bispos do Brasil), congrega diversas denominações cristãs com um nobre objetivo, o de valorizar itens materiais e espirituais em comum entre as igrejas. E poder compartilhá-los. Ao lado da CNBB, assina também a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC). O tema 2021 é Fraternidade e Diálogo: compromisso de amar. E o lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez-se uma unidade”.


Rogo a atenção do leitor não afeito aos temas ligados às contribuições religiosas e à fé que em tempos como esses, de aridez, de sofrimentos, de mortes. Enfim de pesadas perplexidades e cobranças ligadas ao pandemônio provocado pela pandemia, a palavra que encima a Campanha, Fraternidade, já alivia e pode provocar um sentimento positivo ante à consternação presumível que todo nós experimentamos.


A Campanha deste ano, uma tradição esperada por todo o cristianismo do Brasil, está voltada, como esclarece o secretário geral da CNBB Dom Joel Amado “ao diálogo para a superação das polarizações e das violências de hoje, em especial no contexto crucial da política e da pandemia de Covid-19”. E acrescenta, ao meu ver com cortantes propriedade e verdade: “O vírus, já tão letal em si mesmo, encontrou aliados na indiferença, no negacionismo, no obscurantíssimo desprezo pela vida. Sejamos portanto aliados na responsabilidade, na lucidez, e na fraternidade.”


O bispo acrescentou que o tema do diálogo não deixa de remeter a uma continuação da Campanha de 2020 sobre cuidados mútuos entre as pessoas. E não se trata, o que é de essência como pensamento virtuoso, de sugerir que todos pensem do mesmo modo. Só para relembrar: a união cristã pela fraternidade já propôs temas desde 2.000 para reflexões e ações, como Dignidade Humana e Paz, Novo Milênio...