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Romances para acompanhar bombons e flores


Dom Casmurro (LP&M, R$ 14,90) – Sim, a trama é mais do que uma história de amor. O leitor vive a angústia de Bentinho quanto à possível traição de Capitu, enquanto reflete se os acontecimentos percebidos são reais ou ficam no terreno da cisma do protagonista. No entanto, todo o enredo se desenvolve a partir da paixão de Bentinho por Capitu, a que tinha “olhos de ressaca”. Um texto arrebatador de Machado de Assis sobre a beleza do enamoramento.

Orgulho e preconceito (BestBolso, R$ 22) – Se fosse assinado por um homem, a mais conhecida narrativa de Jane Austen entraria para a história da literatura como uma peça antropológica sobre conflitos nas classes mais abastadas da Inglaterra. Os encontros e desencontros amorosos entre moças ricas e jovens aristocratas são tratados com muito humor, embora falem não somente dos apaixonados. Para as irmãs Bennet, bons casamentos garantem a sobrevivência, já que a lei inglesa, então, entregava todas as propriedades da família a herdeiros homens. Jane Austen voltou a abordar o tema em outros romances, mas nenhum criou personagens tão envolventes quanto a pré-feminista Elizabeth Bennett e o antipático de nobre coração Mr. Darcy.

Jules e Jim (Zahar, R$ 59,90) – Um dos mais famosos triângulos amorosos do cinema só virou filme porque François Truffaut encontrou, por acaso, num sebo parisiense, o belíssimo romance de Henri-Pierre Roché. Esta edição da Zahar traz o texto integral de Roché e o roteiro de Truffaut para o filme estrelado por Jeanne Moreau, Oskar Werner e Henri Serre, contando a história de dois grandes amigos que se apaixonam pela mesma mulher.

Como água para chocolate (BestBolso, R$ 22) – Com a missão de cuidar da mãe dominadora, Elena, Tita é obrigada a deixar de lado sua vida e abrir mão do amor por Pedro. Realismo fantástico e a Revolução Mexicana são o pano de fundo do belo romance, que mistura paixões com deliciosos pratos criados por Tita, que na comida expressa todos os sentimentos reprimidos.

O diabo no corpo (Penguin-Companhia das Letras, R$ 14) – Lançado em 1923, quando o autor Raymond Radiguet tinha apenas 19 anos, a novela fala do trágico envolvimento de um adolescente de 16 anos com a mulher de um soldado que está no campo de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Inspirado livremente no escandaloso caso de amor do escritor com uma mulher mais velha, o livro foi saudado por público e crítica. Deveria marcar o início de uma bela carreira para Radiguet, que, no entanto, morreu no fim daquele ano, de tifo.

A época da inocência (Penguin-Companhia, R$ 29,50) – Convenções sociais sufocam o amor de um casal insólito: um advogado novaiorquino e a condessa Olenska, que se recupera de um doloroso divórcio na casa de sua prima, noiva do protagonista. O requinte da alta burguesia no fim do século XIX, descrito com propriedade por Edith Wharton, inspirou o diretor Martin Scorcese a filmar a história.