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SALVE CAETANO NOS SEUS QUASE 80


Na antevéspera da celebração dos 80 anos de Caetano Veloso em 2022, antecipo aqui um sentimento que sempre quis declarar: não só quero enorme bem ao grande poeta, personagem e brasileiro de primeiríssima linha.


Tenho Caetano como uma das melhores cabeças a pensar o Brasil e a definir suas até extravagâncias. Sua audácia, suas verdades, seu sentimento de contemporaneidade, seus livros e sua obra musical o tornaram para mim uma exceção de superioridade. Confesso aqui que deixei de lhe enviar mil declarações de entusiasmo por entrevistas dadas por ele, discos editados, até livros e eventos do cotidiano em que ele se situa no primeiro plano. Talvez por pura preguiça baiana, que me atinge aqui e acolá.


Aliás, falando em baianidade, não me esqueço da surpresa que ele demonstrou ao sair do Largo da Mãe do Bispo, sede do nosso Instituto na Urca, depois de jantar embaixo de mangueiras bicentenárias para celebrar amigos. –“Você e Paula considerem este lugar como seu, tanto quanto queridos como João Gilberto, Olga de Alaketu, Chico Buarque ou Tom estimaram esta casa baiana”. –“Baiana? Como assim, se você é a cara do Rio?”. – “Sim, claro que amo o Rio, mas nasci na Praça Dois de Julho, Centro Histórico de Salvador”. –“Surpresa agradável para encerrar esta noite, Ricardo”.


A foto abaixo foi tirada minutos antes de um momento importante para nós dois, em especial para ele. O começo do desfile campeão da Mangueira para a Menina dos Olhos de Oyá, quando Caetano liderou o carro Os Amigos de Bethânia. A querida Paula Lavigne clicou este momento que guardo no meu coração. Aliás, Paula não é só objeto de enorme admiração de nós dois. Descobri há pouco que nos une outro afeto comum, o gosto pela paçoquinha, amendoim amassado e embrulhado em pequenos fragmentos. Ai de quem tasque de nós pedacinhos dessa delícia, à sorrelfa...


Ricardo Cravo Albin