Loading...

Um ano de leituras incômodas


O triste de 2015 é termos perdido Eduardo Galeano e Ruth Rendell, entre outros importantes autores, que, com suas histórias nos levavam a refletir e a pensar em mundo melhor. O que eles escreveram ficou pra humanidade. E por mais que lamentemos a imaturidade dos nossos leitores, tem muita coisa boa sendo publicada. Por isso, para enfrentar o verão tórrido que abre um novo ano, bom é se refestelar numa rede, aproveitando para dar uma olhada no que chegou às livrarias brasileiras em 2015.  
•     Reze pelas mulheres roubadas (Rocco, R$ 39,90), de Jennifer Clement, fala sobre a condição feminina em lugarejos mexicanos dominados pelo tráfico de drogas. Uma narrativa vigorosa, em forma de fábula, conta a saga da jovem Ladydi e a sobrevivência das populações esquecidas pelos governos.

•     Yaqui Delgado quer quebrar sua cara (Intrínseca, R$ 29, 90), de Meg Medina, é um livro para adolescentes que trata de uma realidade comum no ambiente escolar. A charmosa Piddy, de 15 anos, torna-se o alvo preferencial da agressiva Yaqui, enciumada com a possibilidade da novata no colégio atrair seu namorado. O dilema de Piddy é denunciar a ameaça à direção ou evitar cruzar o caminho da valentona.
 
•    Na África Selvagem (Zahar, R$ 9,90 – no site da editora), de Mark Seal, é a excelente biografia da naturalista Joan Root, assassinada em 2006, devido à sua luta pela preservação de espécies ameaçadas no Quênia, onde o  cultivo de flores para exportação e a caça levaram à desintegração social do país e ao enriquecimento de muitos proprietários de terras.


•    Diário de uma garota normal (Faro, R$ 39,90), de Phoebe Gloeckner, mistura quadrinhos com texto corrido para mostrar o cotidiano de Minnie, uma adolescente que vive um romance secreto com o namorado da mãe, na década de 70, em São Francisco. Uma narrativa estarrecedora, baseada na experiência da autora, que conta a história a partir e apenas do ponto de vista de Minnie, sem julgamentos morais sobre o universo que cerca a protagonista.


•    Antes que seque (Record, R$ 32), de Marta Barcellos, ganhou o Prêmio Sesc de Literatura 2015 na categoria contos. Suas histórias sobre a vida contemporânea, falam da maternidade almejada e construída, da maturidade, do envelhecimento, edo empenho em sobreviver num cenário social de limites, diante das dificuldades e amarras às exigências tradicionais.


•    Belo como um abismo (7 Letras, R$ 29), do jornalista Elias Fajardo, foi finalista do Prêmio Jabuti deste ano. Através da gatinha Emily  conhecemos a história de suas xarás, a romancista inglesa Emily Brönte e a poeta americana Emily Dickison. Um romance arrebatador, que derruba as barreiras do imaginário, misturando sonhos à relaidade, como quando o protagonista Otávio bebe no Baixo Gávea, viajando, ao mesmo tempo, pela Índia, enquanto sua filha Clara, que jamais nasceu, surge ao longo da narrativa.


A segunda leva do “vale a pena ler de novo” só em 2016!!! Um grande ano aguarda a todos nós. Até lá!!!