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Um tempo pra vadiar


Quatro jovens pesquisadores resgatam a importância de uma das grandes damas da nossa música em Quelé, a voz da cor (Civilização Brasileira, R$ 49,90), biografia da cantora Clementina de Jesus, um ícone do samba de raiz, que se tornou conhecida para o grande público apenas depois dos 60 anos de idade. Quem teve a sorte de assisti-la em ação, como eu, meninota, nos anos 70, em roda de samba na Rua Maxwell, rompe até a discrição exigida e a imparcialidade em relação a figuras emblemáticas como Clementina. Uma força da nossa cultura, mal caminhando, então, ela levou o teatro inteiro a dançar, todos contagiados pela força de seu canto. Com Clementina, todo mundo nascia para vadiar.  

Ainda no embalo do repique e do surdo, Serra, Serrinha, Serrano (Record, R$ 69,90), de Rachel Valença e Suetônio Valença é uma reconstituição cuidadosa da história da escola de samba Império Serrano, tetracampeã nos anos 1940 e 1950, que entrou em crise na década de 1980. Mesmo em grupos menos valorizados entre as agremiações cariocas, o Império continua respeitadíssimo no mundo da música. Nascida em Madureira, no Morro da Serrinha, berço do jongo, a escola que reuniu compositores como Mano Décio da Viola, Silas de Oliveira e Dona Ivone Lara ainda tem admiradores fervorosos e inscreveu alguns dos mais belos sambas de enredo no cancioneiro popular, entre eles Aquarela Brasileira. 

Livros que ganham novas edições com cartazes de filmes sempre aparecem nas livrarias nesta época. Um deles, que não vai para as telas de cinema, mas marca a estreia da nova série da HBO, Pequenas Grandes Mentiras (Intrínseca, R$ 49,90), com Nicole Kidman e Reese Witherspoon protagonizando o romance da australiana Liane Moriarty, que aborda o círculo social de mulheres cujos filhos estudam na mesma escola de classe média. A competição pelo domínio do grupo, bullying, escândalos domésticos, disputas entre ex-casais são parte da tragicomédia que representa a hipocrisia das relações na era da super-exposição. Outro livro que acabou adaptado para o cinema é Sully, o herói do Rio Hudson (Intrínseca, R$ 39,90), um relato do aviador Chesley Suyllenberger sobre o pouso de um avião sob seu comando no Rio Hudson, em Nova York. O filme de Clint Eastwood, estrelado por Tom Hanks, mostra o processo que Sully teve de responder. Embora considerado um herói pela opinião pública por evitar a morte de 155 passageiros e tripulantes, Sully foi pressionado pelas autoridades de tráfego aéreo, que demoraram a reconhecer que ele tomara a decisão correta ao descer sobre as águas um avião com dois motores em pane.
Evoé, Momo! Um bom descanso e muita folia!!!

*Palavra japonesa que significa livro comprado, folheado, cuja leitura fica para depois e é empilhado sobre outros, também à espera de um momento até serem usufruídos.