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Viva a Camerata Brasilis


Seus integrantes, todos alunos, ex-alunos e atuais professores da Escola Portátil de Música, do Rio de Janeiro, têm em si o espírito de gêneros musicais que marcaram um tempo que se irradia até hoje. Graças aos jovens, a renovação se oferece a ouvidos ávidos por novidades. Refeitas à semelhança do que já era considerado moderno desde o início do século 20.Com Maria Souto (flautas e sax tenor), Aline Gonçalves (flautas e clarinete), Vitor Macedo (clarinete), Luis Barcelos (bandolim), Marcos Tannuri (cavaquinho), Glauber Seixas (violão sete cordas), João Gabriel Souto (violão sete cordas), Pedro Aune (contrabaixo acústico) e Gabriel Leite (percussão e bateria), a Camerata inspirou-se na Camerata Carioca, na qual tocavam os professores da moçada da Brasilis.Para a gravação, mestres e alunos se ajuntaram pela música. Nada, então, poderia impedir que o trabalho ficasse esplêndido. E, de fato, ficou o máximo. O álbum tem um som popular de requintada inquietude harmônica; de reverente, mas saudável rebeldia na homenagem aos mestres; de sábia busca de refazer as belezas aprendidas com seus ídolos de ontem e de hoje. Tudo resulta em sólido e belo repertório, em virtuosismo individual e em riqueza orquestral.Uma delicada introdução inicia “Benjamin Seja Bem-Vindo” (Pedro Paes), que abre o álbum. O arranjo, do próprio Pedro, se vale das nuanças sonoras do bandolim e do cavaquinho, e também da flauta e dos clarinetes, do baixo e do sete cordas. O pandeiro impulsiona quando o choro se faz mais repinicado. “Choro de Outono” (Paulo Aragão) tem arranjo do autor e inicia com flauta e clarinetes. O cavaquinho sola, o contrabaixo com arco apoia. Vem o pandeiro e chama o choro. O bandolim sola. As paletas seguem. A flauta dá o ar de brejeira graça. O violão improvisa... Meu Deus!Mauricio Carrilho compôs dois lundus (“Oxaguiã” e “Lundu de Ojó”) e uma valsa (“Olhos d’Água”), todos apresentados em forma de suíte. A Camerata Brasilis se vale do seu talento para dar modernidade à interpretação. Fechando o CD, “Lembranças do Coreto”, de Nailor Proveta, autor também do arranjo. À instrumentação da Camerata acrescentou-se o sax alto e o clarinete de Nailor, o flugelhorn de Aquiles Moraes e o bombardino de Everson Moraes. O que já tinha sabor no passado agora ganha nova vida e se faz mais faceiro com bombardino, flautim e tuba.Com arranjo de Maria Souto, o violão chora na valsa “Vaidosa Nº 1”, de Radamés Gnattali. Flauta, flautim e clarinete seguem... Lindo! Pixinguinha está presente com “Minha Vez”. Animada como só ela, a polca pulsa ligeira, radiante. Vivam Pixinguinha e Radamés! Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4