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Exposição “Será o Benedito?” resgata a memória das lutas raciais no Brasil

foto: divulgação


O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), oficializado recentemente Patrimônio Cultural da cidade do Rio de Janeiro, celebra seus 19 anos com uma exposição imperdível. No dia 10 de maio (sexta-feira), a artista visual Fátima Farkas inaugura a exposição “Será o Benedito?”, com curadoria de Mauro Trindade.


Com cerca de 32 telas impactantes, a mostra traz à tona personagens marcantes das lutas raciais, muitos dos quais foram esquecidos devido à herança racista e patriarcal. Farkas utiliza sua pintura expressiva para reconstruir a memória, utilizando-se de retratos fotográficos de negros. Um exemplo é Benedito Caravelas (1805-1885), também conhecido como Benedito Meia-Légua, líder de grupos quilombolas que libertavam escravos no Nordeste e no Espírito Santo. A artista se inspira em fotografias antigas, como a de Alberto Henschel, para dar vida a esses personagens históricos.


Outros retratos notáveis incluem figuras como João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, Luiz Gama, Nzinga, rainha de Ndongo e de Matamba, e o premiado arquiteto burquinês Diébédo Francis Kéré. Farkas também denuncia o apagamento histórico ao substituir rostos por vegetação ou por um vazio branco, representando o sumiço de corpos e vidas.


Para Mauro Trindade, curador da exposição, Fátima Farkas revela esse processo de apagamento e, numa ação estética e política, propõe uma reelaboração da memória através da apropriação de retratos fotográficos de negros que recria, com beleza e dignidade, grandes personagens do passado e do presente.


Esta exposição, que aborda temas tão relevantes como o esquecimento e a memória, oferece uma oportunidade única para se emocionar e refletir sobre essa parte crucial da história brasileira. O público é ainda recebido com uma fragrância no ar, evocativa de elementos como café, ouro, fumo e cana, que constituíam a rotina da maioria dos escravizados.


“Será o Benedito” estará em cartaz no Instituto Pretos Novos até 20 julho de 2024. Além de celebrizar os 19 anos do IPN, a mostra também marca os 250 anos do sítio do Cemitério dos Pretos Novos, um dos mais importantes vestígios da chegada dos africanos escravizados no Brasil, que funcionou entre 1774 e 1830.



Serviço

De 10 de maio a 20 julho de 2024

Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos

Rua Pedro Ernesto, 32-34 - Gamboa

Horário de funcionamento: de terça a sexta das 10 às 16 horas

Aos sábados: 10 às 13horas