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"NONADA"


Nonada! Uma forma do "Não" (antiga do latim) É o primeiro vocábulo da narrativa do clássico "Grande Sertão: Veredas".


Riobaldo, que assume a narrativa, começa negando, mas ao mesmo tempo afirmando toda a sua história com Diadorim, descrevendo uma série de costumes, q no primeiro momento parecem pitorescos, mas q na verdade, resultam de uma perfeita integração entre o autor e a temática, e é dessa simbiose q a linguagem se faz e resulta como o reflexo principal da obra.

A intriga é subjetiva e entre Riobaldo e ele mesmo: de sua atração por Diadorim (amigo, amante, e sei lá o quê q o atrai), só no final do livro ele sabe o porque de sua atração.

Em um português rjjo e equidistado dos grandes centros (dos séculos XVI e XVII), Riobaldo permeia a sua fala.


Guimarães usa e abusa da literatura do século XVI, dos vocábulos de Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, António Ferreira, Gil Vicente, Luis de Camões e Garcia de Rezende, que compilou, em 1516, o volume "Cancioneiro Geral" com versos dos supracitados. Com certeza, Guimarães Rosa teve acesso a estes livros e os traduziu em ações no "Grande Sertão: Veredas".


Euclides Amaral


TRECHO LINDO:

"O senhor... mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." (Guimarães Rosa)