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TREZE POETAS IMPOSSÍVEIS - EBULIÇÃO DA ESCRIVATURA


“A Poesia sopra onde quer” (Murilo Mendes)


A coletânea de novos poetas brasileiros "Treze Poetas Impossíveis - Ebulição da Escrivatura", Editora. Civilização Brasileira, lançada em 1978, pela iniciativa do poeta Moacyr Félix, nos apresentou Salgado Maranhão, Éle Semog, Sérgio Natureza (assinando Sérgio Varela), Antônio Carlos Miguel (assinando Antônio Caos), Joba Trindade, Tetê Catalão, Gil Sevalho, Louis Carlos Mello, Mario Athayde, Jorge Claudir, Narciso Lobo, Chynthia Dorneles e Paulo Valente.


Tal coletânea de poeta, à época, veio a somar estes nomes a outros perfilados pela Heloísa Buarque de Hollanda, que nos trazia outros 26 (na verdade 27, pois havia o Rogério Duarte, citado em epígrafe por Torquato Neto em um dos poemas do livro). Esta nova geração também contava com os expressivos Chacal, Bernardo Vilhena, Cacaso (Antônio Carlos de Brito), Torquato Neto, Leila Miccolis, Ana Cristina César, Waly Salomoon, Roberto Piva, Capinan, Geraldo Carneiro, João Carlos Pádua, Charles, Francisco Alvim, Antonio Carlos Secchim, Afonso Henrique Neto e outros do mesmo quilate.


É certo que muita gente ficou de fora de ambas as coletâneas que pretendiam mapear a “NOVA POESIA BRASILEIRA”. E como toda as outras anteriores e posteriores... cumpriram o seu papel... de deixar de fora muita gente. Por isso... nem vamos nos ater a este aspectos e sim, e apenas, nos que foram incluídos em ambas as coletâneas.


Muitos dos poetas, de ambas as antologias, cumpriram o seu papel de transformação da poesia brasileira em um produto um pouco mais palatável para as pessoas comuns, seja por intermédio das letras de músicas, seja por seu livros que chegam às escolas e às novas gerações.


Poucos desta geração irão ficar em nosso imaginário poético, como um Drummond, um Vinicius, um Manuel Bandeira ou Manoel de Barros, assim como Oswald e Mário de Andrade, mas com certeza, não por suas qualidades literárias, mas sim, por uma divulgação precária de nossos valores singulares, assim como os que não estão presentes em ambas as coletâneas da NOVA POESIA MODERNA BRASILEIRA.


Seguimos a sua lição, caro poeta Murilo Mendes, que a poesia sopra onde quer, e também a da poeta Ana Terra, que vaticinou:


“Tão importante quanto forçar as portas é lutar pra mantê-las abertas.”


Euclides Amaral (poeta-letrista e pesquisador de MPB)

Éle Semog, Sérgio Natureza, Joba Trindade e Salgado Maranhão