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Saudades dos meus botequins - e outras crônicas de rua, de Luís Pimentel


Luís Pimentel é jornalista e escritor. Tem livros publicados em variados gêneros (crônicas, contos, romances, poesia, infantojuvenis, música e teatro), por diversas editoras. Pela Patuá é autor do volume de poemas Esquina dos dias. Por sua obra recebeu alguns prêmios nacionais (Literatura para Todos, Cruz e Souza, Prêmio Literário 200 Anos de Independência, União Brasileira de Escritores, Cidade de Belo Horizonte e um internacional (Prêmio Ferreira de Castro de Ficção Narrativa, em Portugal). Baiano, do sertão, mora no Rio de Janeiro.


Texto de orelha do livro “Saudades dos meus botequins – e outras crônicas de rua”, por Marcelo Moutinho:


“A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento”, diz João do Rio em sua célebre conferência em homenagem à inauguração da Avenida Central (hoje, Rio Branco), em 1905. Jornalista, escritor e dramaturgo, ele enxergava as vias urbanas como um ente vivo e pensante, que o cronista poderia apreender a partir da “poesia da observação”.^


É precisamente o que Luís Pimentel faz neste Saudades dos meus botequins – e outras crônicas de rua. Os 34 textos reunidos no livro se espraiam pelas esquinas do Rio de Janeiro, revelando uma cidade de pequenas ternuras.


A moça que conversa ao telefone durante a viagem de metrô, a primeira visita do recém-chegado migrante ao estádio do Maracanã, histórias vividas em redações de jornal e nos balcões dos botecos. Com verve e humor, Pimentel descortina a alma carioca, abrindo espaço para homenagear alguns de seus mais legítimos representantes, como Sérgio Porto, Vinicius de Moraes, Monsueto e o querido Alfredinho do Bip Bip.


O lirismo é outra marca presente nos textos. “As mãos de minha avó tinham veias azuis em alto relevo, córregos entre couro e osso, cobras inflamadas nos desvios das rugas”, descreve no belíssimo “Mãos”, em que esboça uma síntese poética da passagem do tempo.


Nesse movimento, Pimentel descortina os afetos soterrados pela brutalidade das ruas, escava a beleza que mora em insuspeitos recantos. “Meus olhos se encantam melhor com as sombras das quais a vida também é feita”, diz ele. Eis a gênese do cronista.


O livro pode ser adquirido através do link:


https://www.editorapatua.com.br/saudades-dos-meus-botequins---e-outras-cronicas-de-rua-de-luis-pimentel/p