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Amo os grandes rios


Dentro de cada um / Tem mais mistérios / Do que pensa o outro Uma louca paixão / Avassala a alma / O mais que pode

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Estamos no meio do atoleiro, na estrada, cortando o corpo do mundo. Tá difícil encontrar uma saída, complicado trilhar tão sem perspectivas. Refletindo: será que pedaços não ficam pelos caminhos? É difícil e temos que seguir inteiros. Será que vamos conseguir? Rota escura, às vezes clara no pensar, incessante interrogação no vasto caleidoscópio da linguagem: ser tudo ou ser nada?Confluências berrantes onde posições se estratificam. Espalhar sementes por vários solos. Um mundo melhor é possível? Tem horas que ficamos tomados por um desespero que dá medo. Tá na luta que tá a zero, quem quer viver, fazer o sol brilhar.   

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A caneta desenha sobre o papel. Um desenho mágico sobre o espaço limpo do papel. Sujar, rabiscar, escrever. Ser atuante no palco, no panorama onde a caneta, o lápis, a tecla é a estrada. Ser um bi-motor da imaginação. Pensar, pensar, pensar e atuar.

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Meditando: Nem tudo que reluz é ouro. Vendo um papel dourado e a luz que sobre ele gerava faíscas que se alastravam pelo quarto afora. Meditando: Algo tem que acontecer. Não é possível tanto sufoco, tanta pressão. A questão maior da violência são as desigualdades sociais: uns com tanto, outros sem nada. Que se espalham numa velocidade estúpida sem controle. É preciso dar um basta, gerando equilíbrio para podermos prosseguir sem mágoas e confiantes atingir a felicidade maior enquanto vida, enquanto nação, enquanto gente.Meditando: olhando pros quatro cantos da casa e pensando estratégias para seguir, seguir adiante, seguir.Meditando sobre o caos, sobre a estupidez que se abate sobre o planeta inteiro. Meditando sobre o vazio tomando conta. Por mais que se estabeleçam pontes, por mais que...Meditando sobre o oposto, a densa mata, o breu. Meditando e pedindo que o horror não tome conta de tudo.Um dia depois do outro: o amanhecer, o anoitecer.