Loading...

Outra Coisa


Azul, azulão: Doido pássaro preto na mata. Matão. Mundo sem fim. Vegetação. Tudo aõ. Tantão. Enormeza de grande. Mundão. Mundo, mundo, mundão de coisas. Imensidão de imenso. Fim sem fim. Coisa, casa, bicho, floresta, céu azul. O que é o planeta? O que é planeta? É a visão, é a iris do olho de cada um. É perdição que a visão nos dá. Perco-me a ti olhar, ó rio de água doce, escura água, margem próxima. Correnteza lenta, plantas etc. Imensidão de verde, lento animal a pastar. Perco-me na imensidade da paisagem dos dias sem burburinho. Som do verde com o azul do infinito. Gostaria de tentar descrever, de escrever. É demais que extrapola a alma do asno sujo na lama. Quem é quem? Ninguém é de alguém. Ou alguém é de ninguém? Na vida tudo pasta. O olho passa por cima desta paisagem silenciosa que nada perturba a preguiçosa manhã. O gado no campo é lindo andando a se espalhar no verde dos montes. A casa fica pequena vista de cima. A casa é grande, perto: quartos, varandas, salas. Mas o mundo é muito maior. Isso nem se discute. O ar é puro neste lugar e o oxigênio expande a alma na luz. Misto de verde e azul ou vice versa. Calma cor, tempo, ideia de longevidade e da existência da vida. Vida rural, campo, campos imensos. Eu das cidades, eu da cidade, eu da vida citadina... Vejo a região. Tudo é belo o tempo todo. Quem dera pudesse ficar aqui para sempre nesta durabilidade infinita. Que é tudo aqui. Que é tudo por aqui. Durmo, quando levanto, corro para ver se alguma coisa mudou. Tudo caminha na sua fluidez de precisão espacial de sempre. O tempo é outro, o tempo é o mesmo, o tempo é igual. Pássaros compõem a balada das horas, frutas, cheiros. Tudo é infinitamente largo e desdobrador nesta região verde. O mato, a mata, serras, estórias, pedras. O nosso amor é longo, lânguido. A fera animal correndo no sem fim dos vales. Os dias são anos no seu durar. Azulão, azul límpido do céu, água barrenta do rio. Verde, verde, mato, matagal. Caminho, caminhos, capinzal. Andar até se perder, dourar no sol. Calangos, urubus, bezerros. Cheiro de estrume. Que fraseado é este, minha filha? Eu não lhe conheço. O futuro pertence a frente da vista. Cósmicos suspiros. Meu nome é pássaro. Talvez alguma outra coisa...