Como posso?

Que tempo esse / em que pausa / em que tom tudo se passa? / olhando tudo / de um lado para o outro / sentindo a esperança / onde? / quando? / a vida / os retratos / as gentes / as alegrias / os dramas / as tragédias / as partidas.É verão. Um calor danado. Estou tonto, paralisado, pensando. O que será que acontecerá?  Alguma surpresa? Alguma luz? Na vida a gente não está preparado pra nada. A gente vai tomando cacetada, porrada e por incrível que pareça, a gente vai aprendendo nesse turbilhão de qualquer jeito, moldando experiências e por aí a coisa vai...As notícias nos jornais deixam manchas pretas nos meus dedos da mão. Lavo-as com sabão na água corrente. Estou sozinho no meio do deserto e o deserto sou eu mesmo. Não vamos deixar que a violência ganhe da beleza. A paisagem excessivamente bela da cidade do Rio de Janeiro com suas sinuosas curvas me levantam e começo a gritar por um mundo melhor!E o futuro será monstruoso? Confesso-me espantado com o quadro de absurdidades e conservadorismos que se propaga pelos quatro cantos do planeta. Interessa a quem a brutalidade e a violência do presente? A muitos e a ninguém. E isso é o problema. Chega de intolerâncias e absolutismos. O humano é a surpresa dele mesmo nesse universo onde vigora a plantação da vida. O mundo explode cego tem que atingir a visão. A cara aparecendo por entre os escombros na urgência. Avançar sobre os problemas, de frente. Será que no mundo de hoje nada mais ecoa de um jeito que seja bom para o humano?Os reacionários e corruptos do mundo inteiro clamam por mais ignorância, mais racismo, mais censura, mais fome, mais fascismo, mais AIDS, etc. O que é isso? Como será o futuro? A cada dia assiste-se a um quadro mais aterrorizador da bestificação geral do homem contemporâneo, do meio ambiente, da saúde, da vida, do amor, do tudo em geral. O hoje tá numa lixeira só. Será que do zero tudo recomeçará? Como manter-se vivo frente a tanta destruição? Matam, roubam, destroem, espatifam, arrasam nas cidades, nos campos. Por toda parte só devastação. Tudo impunidade.Planeta moribundo; é preciso gerar um movimento internacional a favor de uma total transformação de tudo de ponta a ponta, fora dos podres códigos sócio-econômicos vigentes agora, unindo os pólos de um desenvolvimento voltado para o humano e para o humano. Não ceder ao desgaste. Lutar, lutar, lutar. O que vale a vida humana? O poder mascara as pessoas. Decifrando os enigmas da vida.