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Sobre 1968


SOBRE 1968: Pelo retrovisor da estrada do tempo, 68 foi retumbante! Avançamos e precisamos avançar mais. Quantas lutas, e a luta continua, companheiros. Onde os aliados contemporâneos? Em que rostos? Quanta dor, quanta tortura vivemos sob os anos de chumbo. Foram anos de chumbo grosso, mas deixamos uma marca forte de luta, de conhecimento e de resistência cultural. Explodimos todas as barreiras, gritamos e ficaram no ar possibilidades de um tudo possível. Gritamos, tomamos as ruas apanhamos, mas mexemos o mundo nos jeitos e nos comportamentos. Derrubamos estruturas, fragilizamos o autoritarismo. Fomos torturados, aprisionados, mas mostramos que o que estava no poder era o fim da picada. Desmilitarizamos a linguagem, cantamos pela liberdade e se hoje, passamos da inocência utópica à barbárie generalizada, a culpa não foi nossa. Queríamos e queremos um mundo mais justo, mais democrático. Lutamos e vamos continuar lutando em todas as frentes. Nos expomos, nos despimos de tudo quanto era convencionalismo, de tudo quanto era formalidade, de tudo quanto era couraça. Estávamos antenados com o mundo na rebeldia por transformações. Viajamos por utopias, por melhores dias, por melhores tempos, sonhamos acordados. Bolinamos a história da vida com novas cores e tons. A imaginação no poder, proibido proibir, questões de ordens etc... Derrubamos as estruturas do pensamento opressivo, criando frentes de opções libertárias. Cabelos longos e ideias mais longas ainda. Brincamos, sorrimos, nos soltamos,mudamos. E desenhamos, nos poucos espaços que tínhamos menos opressão, mais liberdade e abrimos os sentidos a novas experimentações em todos os campos.

Jorge Salomão - 2008