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Subdesenvolvimento Brasil


O subdesenvolvimento é uma gosma.

Uma fábrica de enrolação para todo o lado.

Um estado imposto de miséria onde toda e qualquer revolta e rebelião é sufocada pelos coágulos que a própria situação vai corroendo o indivíduo, no grupo, no social impossibilitando um fortalecimento e gerando enfraquecimentos orgânicos gerais.

O Brasil está jogado para os cantos. Tudo é extremo. Os ricos, os pobres numa total podridão. Está difícil o caminho para prosseguir.

Onde? Como? De que jeito?

São jogadas na nossa cara sem nenhuma possibilidade de uma possível melhora toneladas de brutalidades diariamente. O que fazer?

O esforço das autoridades e dos políticos é pouco, ou melhor, nada para melhorar a vida de um país que pode dar certo em todos os ângulos.

Tudo parece ser uma embromação o tempo todo. Os dias passam, os anos passam, tudo é retórica.

O povo cada hora mais e mais afogado em devorar o que lhe é dado (e o que lhe é dado é nada) e assim entra ano e sai ano e esse bloco está piorando em todos os níveis.

As estatísticas oficiais e agências pára-oficiais não falam mais da cratera que está o país. Elas falam para uns poucos que sorriem com os mentirosos crescimentos fornecidos por estas estatísticas.

É preciso mexer no câncer social que devora o corpo inteiro do Brasil outrora parecendo virgem e que poderia explodir para o mundo outro lado da moeda. E que moeda? Nada vale nada aqui.

Doenças se espalham, a fome desesperadora é alarmante, o  analfabetismo cada vez maior, o desemprego, a falta total e absoluta de dinheiro em circulação, um custo de vida dos mais altos do mundo, as máquinas burocráticas cada hora mais castradoras e o país se afundando e alguns brindando este estado caótico do quase acabar com o respirar no dia-a-dia, no tempo, dizendo que estamos caminhando para melhores coisas. Quando?

O que se vê nas cidades e nos campos é a proximidade de uma corrente turva de terror próxima à morte por todo o lado. Não adianta lero-lero, nem poses monárquicas para se traduzir um campo de impossibilidades. Será possível que nada anda aqui?

Que fazem os que trabalham na área de economia, cultura, agricultura, educação e outras para a imensidão chamada Brasil senão reuniões e reuniões e depois “charme” de falar para a mídia e fica tudo nisso. Cargos adquiridos através de conchavos que são passados de pais para filhos, típica escola cretina subdesenvolvida de fazer política.

Patacuada pura para se fazer dinheiro fácil e passar o tempo a borboletar enquanto tudo se quebra. Uns querem manter este estado de paupéria. Lhes dá lucro, para que mudar? Essa mentalidade tem que acabar. Por que não o melhor?

A nação precisa gritar. Precisa se posicionar para crescer. É preciso arrancar as máscaras desse teatro onde os beócios estão com papéis principais. No palco aberto das nações o papel principal deve ser da população, do povo, permitindo-lhe uma atuação brilhante, uma vida com menos feridas. É preciso mexer, é preciso mudar. Senão não tem mais jeito aqui. Nunca mais.

PUBLICADO NA EDIÇÃO DE NOVEMBRO DE 2004