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Tristes Trópicos


A natureza exuberante e ameaçada grita sem parar através de seus reinos, animais e atmosferas. O que fazer?

Não encontro saída nesse corredor. Como uma câmera secreta vou filmando tudo: eu vejo, eles não me olham.

Agora me olham também. E dialogamos da sacada ao pátio, tudo é resto de festa: as acerolas os pássaros a lixarada.

Ela passeia, dança e os crocodilos no lago a nos espreitar. O balão enche o céu de estrelas artificiais e nós a espalhar alegria.

Quem resiste ao pancadão do som numa noite de lua cheia?

 

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Pensando, pensando e não chegando a conclusão, a lugar nenhum. Por quê?

A tarde está quente. Tórrido pré-verão.

Caminhando, pegando sombras nas marquises da cidade, pulando igual a um macaco de galho em galho, procurando o quê mesmo? Não sei, ninguém sabe.

Os objetivos da vida são o quê? Por que se luta tanto? Os dias estão passando muito rápidos, os dias parecem um século, Os dias explodem o tempo. O que é o tempo? Um grão de areia? O tudo?

Pare e pense um pouco e depois enlouqueça numa dança transformadora de sons e valores. Enquanto há tempo, enquanto dá para existir, enquanto, enquanto...

 

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O tempo corre, na gíria, diz o sambista compondo. Ele delira e ela vibra e dança.

Vou ver a moça, a baiana da esquina, eu quero me esbaldar. Eu quero muito, muito mais.

Sou um pássaro perdido no mangueiral. Sou o abismo que se agiganta no papo transformador de luzes, o vento, o furacão, o mar.

Volto cinicamente à realidade, à pútrida realidade dos dias atuais. O que está acontecendo com o ser humano?

Subindo os degraus, passo a passo, mastigando a própria sede e seguindo. Onde o ritmo? Onde o coração?

Tiro o foco, boto o foco e a lente se embaça de vez na trepidação da caminhada sem ar até o topo do monte.

E os jacarés? Eles e seus dentes afiados a nos mostrar o terror.

Varrendo o pátio, cheio de flores, o som da vassoura no cimento, os vagabundos do outro lado da rua, os automóveis, o chamado telefônico e eu, vento solto a esparramar tudo de novo.

E volta e meia tudo se dá assim, na pá virada do mundo. Problemas, quem não os tem? 

Dialogue e subverta. Seja firme como o sol forte do verão. Abra seu ângulo, se expanda. Sonhos são sonhos e nada mais.

A hora é agora! Alegres Trópicos: Não vamos deixar o amor morrer! Alafia!