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O espadachim Eurico Miranda


De outra parte, como minha própria vida tem muito de ficção, eis que acabo de aceitar o convite para escrever a respeito de um dos personagens mais controvertidos do futebol brasileiro: Eurico Miranda.  Tão logo a notícia foi estampada na mídia surgiram os telefonemas de três homens e duas mulheres. A que ligou de Goiânia, um tanto irritada, perguntou se eu sabia com quem estava me metendo; a segunda, mais calma, embora firme, disse que Eurico era um endemoniado, sendo seus movimentos controlados das profundas do inferno por satã e seus auxiliares capetas. Um dos homens, vascaíno doente, lembrou que graças ao Vasco da Gama os negros tiveram vez no futebol. O segundo torcedor pichou Eurico o quanto pôde, mas lembrou que ele era o corpo e a alma do grande time e venceu obstáculos para ser o que é hoje. O terceiro, admirador de Roberto Dinamite e inimigo declarado de Eurico, disse que o presidente do Vasco é um búfalo, mas tem coração de ouro; mantém uma escolinha no clube para garotos pobres que sonham um dia serem craques como Dinamite, Edmundo e Romário, astros de São Januário. O livro que vou escrever acompanhará essa linha sinuosa de admiradores do futebol, que ora apontam Eurico como um demônio, ora o vêem como cidadão apaixonado com um único propósito na vida: fazer do Vasco da Gama um time poderoso, custe o que custar.