Todo mundo dizia que o Badico batia um bolão. Médiovolante avançado do Berimbau Esporte Clube, time de cidade do interior baiano (ele me proíbe terminante de dizer qual), foi visto um dia por olheiro da capital. Poderia ter ido parar no Bahia ou no Vitória, mas o sujeito tinha contatos no Sul Maravilha e Badico foi levado para o Flamengo.
Outono era a moringa na mesa forrada de papel crepom. A caneca de alumínio deixava a água fresquinha, gosto de terra no fundo mais fundo, cheiro de chuva no gargalo. Vento encanado que podia constipar, menino remelento de nariz a escorrer pelos lábios. Peito apertado na cor doce e melancólica de um quase maio.
Foi no Natal que passou.Papai Noel suava de dar pena, a roupa imprópria para os trópicos, de veludo vermelho grosso feito uma lona, pesava mais ainda por conta do suor e da sujeira acumulados a cada ano. Colada ao corpo, coçava que era um desespero. A barba de algodão começando a virar uma pasta ensebada.
Foi durante uma das famosas reuniões de amigos no Buteco do Jisus, em Botafogo, um bar que não existe mais e que ficava no Rio de Janeiro Sem Guerras – uma cidade que também já não existe. Lá para as tantas, o papo desandou para o lado das quatro estações. Pedro Garganta puxou a conversa:
Ofereço esta crônica a todos aqueles que têm o hábito de escrever. Seja por obrigação (jornalistas), devoção (escritores) ou curtição (amadores e diletantes). Pincei e ofereço graciosamente três dicas primorosas, de três gigantes da palavra (em prosa e em verso): o patrício e mestre absoluto Graciliano Ramos, o mexicano Juan Rulfo e o nosso poeta João Cabral de Melo Neto.