Dentre as muitas atividades propostas para a socialização de jovens que vivem em situação de risco, as que se valem da música e da dança são as que costumam apresentar resultados mais expressivos.

Quando se comemora o centenário de nascimento de Angenor de Oliveira (1908 - 1980), toda homenagem que se lhe prestar será, ainda assim, pouco. Mas, sem dúvida, a que lhe presta Cida Moreira é desde já um marco nesse festival de tributos a Cartola, um dos maiores compositores brasileiros.

Macalé, desde sempre, perambula com desenvoltura pelo tradicional e pelo experimental. Passou pela bossa nova tocando seu requintado violão, sacou o samba tradicional, logo percebeu a intenção primeira do tropicalismo e partiu com ele para frente. Próximo de Moreira da Silva e Tom Jobim, de Gil e Caetano, Macalé sabe que Nelson Cavaquinho e Cartola podem ser próximos de Villa-Lobos e Radamés Gnatalli. E é dentro desse universo que Jards Macalé cria em seu pentagrama a profusão de várias vertentes musicais.

Dorival morreu. O mar se abriu sob meus pés. Foi-se quem nunca poderia ter ido. Pobre de quem perde Dorival e fica órfão de um gênio. Nunca mais serei o mesmo. Nunca mais o mar, nunca mais a praia, nunca mais o pescador, nunca mais a Bahia. Nunca mais, Caymmi! Adeus, Dorival, adeus.

Mario Negrão Borgonovi, baterista de ofício, é também compositor, flautista e pianista, além de professor assistente de percussão e bateria do curso de graduação do Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro.