Compositor que se vale de todo o arsenal de diversidades posto à disposição pela música brasileira. Autor que dispõe livremente de tal multiplicidade e, de tão íntimo, a descobre em viva e afetuosa voz. Músico com tamanha cumplicidade com a heterogeneidade musical colocada à mesa que traz para perto de si a delicadeza e a entrega límpida aos ouvidos atentos. Este é Rodrigo Maranhão, que trata sua música como uma donzela a ser coberta de carinhos sutis. Corteja-a até vê-la entregue e pronta para retribuir tanto bem-querer. Canta-a, e ao percebê-la parceira, borda em sua pele mil notas gravadas em claves superpostas a cobras, corações de mãe, caras de índio e borboletas multicoloridas.   

Em 2000, Toquinho foi convidado para musicar a peça de Millôr Fernandes, numa comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil. Inspirado pela idéia, o autor de "O Pato" decidiu dividir a tarefa com Paulo César Pinheiro. Convite feito e logo aceito pelo autor de "Pesadelo".

Delcio Carvalho começa seu CD cantando um samba em parceria com Zé Kéti. A letra de Delcio é uma confissão de fé: "O samba é religião/ Um ritual que sempre arrasta multidão/ É alegria, poesia, luz e cor/ A fantasia da magia do amor/ O samba é meu Oxalá/ A minha crença, meu fascínio, meu cantar/ Não há tristeza que resista à emoção/ De ouvir um samba em feitio de oração." E crença é tudo o que se tem em Profissão Compositor (gravadora Olho do Tempo).

As luminárias, em forma de antigos lampiões, se acendem e revelam o Teatro Santa Roza, em João Pessoa, capital da Paraíba. No centro do palco um banco, desses de piano. Entram Sivuca e sua sanfona. O instrumentista a abre e fecha em seqüência, fazendo-a soar. Ele a tem sob controle, mas não a escraviza. Mãos e teclas e botões entrelaçados. Parecem ser um só. Os olhos se mantêm fechados. Sivuca vê as notas, sente-lhes o cheiro. São íntimos.

O historiador Paulo Cesar Araújo escreveu ROBERTO CARLOS EM DETALHES. Lançado pela editora Planeta, essa biografia não-autorizada logo ganhou imenso destaque na mídia.