Já há muitos ranchos que alentaram os carnavais no final do século 19 não despertam aanimação dos foliões; há muito deixaram de falar ao coração dos que, mesmoamando a cadência lenta e as letras quase sempre amorosas de suas marchas, hojebuscam novas expressões musicais para chamarem de sua.

José Menezes de França é compositor, arranjador e toca qualquer instrumento que tenha cordas para dedilhar. E as tange com tal intimidade que as faz soar como num sussurro de agradecimento aos dedos que delas tiram sonoridades fantásticas.

É belo o Brasil que Geraldinho carrega em seu peito nordestino. São Brasis diversos, plenos de gente que tem música arraigada em fé num futuro que haverá de chegar nem que seja tarde demais. Brasis feitos de sons mestiços, de músicas alegres e músicas tristes... Músicas feitas para nós mesmos e para o mundo que nos ouve aqui e agora. .

O selo SESCSP lançou Berço do Samba de São Mateus, CD que traz o samba feito pela moçada desse bairro localizado na zona leste de São Paulo – lugar de gente simples. Gente de poucos recursos financeiros; gente que consta na planilha das pesquisas como integrantes das faixas C e D; gente que faz do dia-a-dia um exercício de resistência e busca desesperada pela cidadania; gente que, mais do que qualquer outra, sabe que é preciso sempre cantar com a alma para espantar a dor.

Para a compositora Alzira E (Espíndola) e para o poeta Arruda, arte é concisão. Assim, tudo é rico quando um mais um é igual a menos – menos de um muito mais. Tudo a menos para o todo ser a mais – demais de bom da conta. Ademais, tudo é o pouco que não soçobra e torna a canção mais intensa. Impossível haver jeito melhor; improvável mais musicalidade que diga tanto com o menos escolhido por eles para tudo o mais retratar.