A maioria dos leitores conhece antes dos espectadores os livros que são adaptados para o cinema. Dificilmente, versão e original se equivalem. Algumas exceções talvez sejam Tess D’Ubervilles e Longe deste insensato mundo, ambos de Thomas Hardy, e O colecionador, de John Fowles, primorosamente adaptados, respectivamente, por Roman Polanski (em 1979), John Schlesinger (em 1967) e William Wyler (em 1965).
Depois de dois meses de tanta paixão país afora, o tempo é de se enroscar na rede e relaxar. O próximo ano promete surpresas. E nada de novo deverá haver sob o sol fora o desejo de continuar sonhando em concretizar felicidade. Então, cimentemos nosso caminho com alegrias na leitura do que ainda se publica por aqui.
Às vésperas da eleição presidencial mais disputada do Brasil, os livros passam a ser objetos estratégicos de campanha. Uma iniciativa simpática surgiu nas redes sociais para “abandonar” deixar livros em bancos de praça, pontos de ônibus, estações de metrô. Quem os encontrar verá uma dedicatória na qual o doador informa que enquanto um candidato incentiva o conhecimento e a cultura, o outro valoriza questões de segurança e a liberação do porte de arma para a população. Outro movimento iniciado nas redes sociais estimula os eleitores a levarem um livro para o local de votação, demonstrando o apreço pela leitura. Dois clássicos que podem ser doados ou exibidos têm muito a ver com o momento que vivemos.
Daqui a dez dias o Brasil elege um novo presidente da República. Dois candidatos completamente antagônicos em comportamento e alinhamento político se enfrentam. De um lado, a defesa do Estado a serviço da população; do outro, o povo disciplinado por um Estado forte, com amplos poderes de intervenção na vida dos brasileiros. A simplificação das plataformas pode ser aplicada a qualquer um dos candidatos. No entanto, assim que se enumeram propostas, elas diferem radicalmente.
Em 1986, a Argentina ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro com A História Oficial. Além de apresentar ao mundo Norma Aleandro, premiada em Cannes por interpretar a mulher que investiga se sua filha adotiva é um dos muitos bebês roubados de presas políticas grávidas, o filme aponta uma realidade comum na história recente da América Latina. Essa América, que insiste em se situar econômica, cultural e socialmente pelos padrões eurocêntricos, moldou-se de acordo com o que visavam os reis católicos, Isabel de Castela e Fernando de Aragão, patrocinadores da expedição do genovês Cristovão Colombo para o Novo Mundo.
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