Sambista e compositora, Esmeralda Ortiz lançou Guerreira (Selo SESC SP). Cercada de bons instrumentistas, velhos de guerra nas noites paulistanas, com eles o samba de roda, o partido alto e todos os derivados do gênero aclamam quem os interpreta nos dezoito sambas divididos em catorze faixas.
O cantor e instrumentista Chico Faria lançou É bom cantar (Fina Flor), seu segundo CD. Com produção de Ruy Quaresma, as nove faixas tiveram os arranjos divididos entre o próprio Quaresma (três), Fernando Merlino (três), Luis Claudio Ramos (dois) e Henrique Garcia (um).
Esta semana, no último dia 30 de novembro, fez 35 anos da data em que o Brasil e nossa música popular perderam um criador genial (sinto muito pelo lugar comum, mas fica difícil encontrar outra definição quando se fala de Angenor de Oliveira, o compositor Cartola), nascido no Catete (onde ainda menino já tocava cavaquinho, ao lado do pai, no bloco Arrepiados), com passagem por Laranjeiras (ali estudou até o primário) e criado no Morro de Mangueira – mais carioca impossível.
A era da adolescência prolongada permite que o desfrutar de atividades infantis pelos adultos de hoje. Depois do sucesso estrondoso dos livros de colorir, que fizeram a alegria da indústria de lápis nos últimos tempos, é cada vez maior o número de publicações para serem rasgadas, anotadas, pintadas, customizadas pelo leitor. Um dos mais recentes é Roube como um artista – O diário – Um caderno de anotações para cleptomaníacos (Rocco, R$ 29,50), de Austin Kleon, cuja primeira sugestão é fazer uma lista de “dez coisas que quero aprender”. A segunda proposta é inventar legendas explicativas para um monte de triângulos e círculos. A terceira indicação é que o leitor vá a uma papelaria comprar uma caneta nova para testar na página seguinte.
Livros me arrebatam. Alguns tomam meu espírito e não consigo sossegar antes de terminar a leitura. Poucas horas me tomaram os contos de Antes que seque (Record, R$ ), da jornalista Marta Barcellos, que ganhou o Prêmio Sesc de Literatura 2015 com essa reunião de histórias sobre a vida contemporânea. A maioria dos 22 contos falam de mulheres, da maternidade almejada e construída, da maturidade, do envelhecimento, do empenho. Alguns têm homens como os protagonistas. Limitar as histórias a um gênero é reduzir as narrativas. Não são apenas questões femininas que Marta apresenta, mas um cenário social de limites, dificuldades e amarras às exigências tradicionais. Mães que veneram os filhos estão ao lado de mulheres totalmente despreparadas para criar ou proteger crianças, diante de um mundo que torna a função biológica uma carreira imposta a quem for fértil.
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